TUTORIA
EM EaD
Educação
a Distância: fatos mundiais e
nacionais
As origens da EaD,
usualmente, são apresentadas como tendo início nos cursos por correspondência,
cujo primeiro registro
se dá no Reino Unido, em meados do século XIX. Embora seja possível identificar outras experiências desenvolvidas por europeus e norte-americanos, é,
realmente, no século XX que a modalidade estende
seus domínios a todos os continentes, sendo considerada uma importante aliada da manutenção das relações de produção vigentes (ZAMLUTTI, 2006).
Na sociedade contemporânea, inúmeros são os contextos nos quais a Educação a Distância se
apresenta e também são muitos os autores que defendem essa modalidade:
• Preti (1996) afirma que a EaD não deve ser
simplesmente confundida com o instrumental ou com as tecnologias a que recorre, mas deve ser compreendida como uma prática de se fazer
Educação.
• Belloni (1999) diz que a EaD aparece na sociedade contemporânea como
uma modalidade de Educação adequada
e desejável para atender às demandas
educacionais oriundas da nova ordem
econômica mundial.
• Lobo Neto (2001) defende que a EaD deve ser
entendida no contexto mais amplo da Educação e constituir-se em um objeto de
reflexão crítica, capaz de
fundamentá-la.
• Pretto (2003) acredita que o desafio da EaD é o mesmo desafio da Educação como um todo
e sua discussão precisa
estar inserida nas discussões teóricas da Educação,
bem como das políticas públicas.
• Alonso (2005) afirma
que a EaD não é algo
isolado da Educação em geral, pois liga-se à ideia de democratização e facilitação do acesso à escola e não à ideia de suplência ao ensino
regular, tampouco à implantação de sistemas provisórios.
Os argumentos
utilizados pelos autores se aproximam, pois defendem a EaD como uma
modalidade importante e necessária para a
democratização da educação.
Belloni (2002) acredita que, para entender o conceito e a prática da EaD, é
preciso refletir sobre o uso das Tecnologias
de Informação e Comunicação (TIC) na
Educação, e é a partir dessas novas fronteiras que apresentamos a
EaD como um fenômeno que faz parte de
um processo de inovação educacional mais amplo, o qual integra as
novas TICs nos processos educacionais.
Com base nos estudos da autora, propomos a trajetória de desenvolvimento da EaD
demarcada por três grandes
tendências, considerando a perspectiva do uso de inovações tecnológicas:
• primeira, caracterizada pelo ensino por
correspondência – Essa etapa tem seu início no final do século XIX em razão do desenvolvimento da imprensa,
dentro da área da comunicação, e das
estradas de ferro, na área de
transporte. Nessa primeira geração,
observa-se grande flexibilidade entre as dimensões de espaço e tempo bem como uma maior autonomia do
estudante, manifesto na escolha do lugar para
realizar seus estudos e pela
separação, quase absoluta, do
professor.
• segunda, relaciona-se ao ensino por multimeios – Nesse caso, os meios
de difusão são o impresso, os programas de vídeo e áudio com uso de antena e, mais tarde, os
computadores, estes, porém, de maneira
limitada. Essa tendência desenvolve-se na década de 1960, desdobrando-se na década de 1980, e é, ainda hoje, o
modelo predominante na maioria das experiências de EaD.
• terceira, dissemina-se
com o uso de TICs – Surge nos anos 90 e caracteriza-se por associar as tecnologias digitais
aos meios anteriores. A
televisão, as redes telemáticas e os produtos multimídias ilustram algumas das TICs decorrentes do mundo globalizado, que passam
a ser incorporadas à Educação,
inaugurando novas formas de aprender
(GUIMARÃES, 2007).
Historicizando...
Vamos conversar um pouco sobre a história da EaD para aprofundarmos e entendermos os avanços desta
modalidade. Você já deve ter lido o primeiro capítulo dos Princípios Gerais para a EaD da Seed: “Educação a Distância: contexto histórico”. Esse texto traz um indicativo
do que existe sobre EaD ao longo da
história. O intuito é termos claro que, apesar da publicidade existente na
atualidade, a EaD existe há bastante tempo.
Curiosidade
Para o autor Otto Peters, o apóstolo São Paulo seria um dos pioneiros na
utilização de um ensino assíncrono, mediado pela escrita. Isso porque o apóstolo criou epístolas para ensinar a vida cristã às comunidades da Ásia Menor. “Ele
usou as tecnologias da escrita e dos meios de transporte para fazer seu trabalho missionário sem ser forçado a viajar (PETERS, 2004, p. 29).”
PETERS, Otto. A
educação a distância em transição: tendências e desafios. São Leopoldo, RS: Unisinos, 2004.
Leitura para refletir
As iniciativas de Educação a Distância, desde o século XVIII, nos mostram que essa idéia não
é nova. Dessa forma, o que, então, há de novo para que a modalidade a distância esteja sendo tão
difundida nos dias de hoje? Está claro
para você o grande diferencial para
a difusão da EaD agora, no início do século
XXI? O que levou essa modalidade educativa a difundir-se sensivelmente nas últimas
décadas?
Sed lex ...
Nossa legislação sobre Educação, de um modo geral, foi construída lentamente, devido a interesses diferenciados. A Constituição de 1934 já
apontava para uma lei que
estabelecesse Diretrizes e Bases para
a Educação Nacional, mas apenas em
1961 a primeira proposta foi
aprovada, após muitas idas e vindas.
Em relação à EaD, apesar da modalidade ser
utilizada, no Brasil, desde o início
do século XX, apenas da terceira LDB, a Lei nº
9.394, sancionada em 20 de dezembro de 1996, tratou do assunto.
Leia, a seguir, o Artigo 80 da referida lei:
Art. 80. O Poder Público incentivará o
desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os
níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.
§ 1º A educação a distância,
organizada com abertura e regime
especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.
§ 2º A União
regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro
de diploma relativos a cursos de educação a distância.
§ 3º As normas para produção, controle e
avaliação de programas de educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas
de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os
diferentes sistemas.
§ 4º A educação a
distância gozará de tratamento
diferenciado, que incluirá:
I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens;
II - concessão de canais com finalidades
exclusivamente educativas;
III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o
Poder Público, pelos concessionários
de canais comerciais.
Este artigo da
LDB foi regulamentado
pelo Decreto nº
5.622, de 19 de dezembro de 2005,
e normatizado por portarias
ministeriais.
Além da legislação que regulamenta a EaD, o
Ministério da Educação (MEC) apresenta indicadores da qualidade para cursos de graduação a distância. Os referenciais não têm força de lei, mas norteiam tanto as instituições que
desejam organizar sistemas de EaD, quanto as comissões que fazem as avaliações do MEC
para credenciamento.
Atividade A- FÓRUM - Discutindo o conceito de
EaD.
Preti (1996) afirma que a EaD não deve ser
simplesmente confundida com o instrumental ou
com as tecnologias
a que recorre, mas deve ser
compreendida como uma prática de se fazer Educação.
Belloni (1999) diz
que a EaD aparece na sociedade contemporânea como uma modalidade de Educação adequada e desejável para atender às demandas educacionais oriundas da nova ordem econômica mundial.
Lobo Neto (2001) defende que a EaD deve ser
entendida no contexto mais amplo da Educação e constituir-se em um objeto
de reflexão crítica, capaz de
fundamentá-la.
E para
você, o que é educação a distância?
Neste momento, não
busque conceitos prontos, procure elaborar a resposta a partir de sua vivência e daquilo que você já leu
ou ouviu falar sobre EaD. Interaja e discuta as diferenças e semelhanças entre os conceitos apresentados por
você e pela turma.
2 Refletindo sobre as Mídias na Educação a Distância
Quando tratamos
do uso de mídias em Educação, deparamo-nos com diversas possibilidades de interação e
comunicação que podem ser potencializadas
por recursos como Internet, computador, TV,
materiais impressos, rádio, programas televisivos, tele/videoconferências, etc. Observamos
que são muitos os recursos midiáticos que
podem ser utilizados em atividades educativas. Entretanto, cada um possui
encaminhamento, planejamento e
objetivos diferenciados, que vão além da disponibilidade do equipamento ou da
definição de seu uso para determinada aula ou desenvolvimento de atividades. Na
Educação a Distância não é diferente.
Nesse sentido, segundo Kenski (2005), pensar atividades que envolvam o uso de mídias impressas é diferente de
pensar no uso do rádio, de programas televisivos,
de vídeos ou das mídias digitais.
Para essa autora, um mesmo
conteúdo sofre alterações, dependendo
do recurso que foi escolhido e os
suportes que dele pode se beneficiar.
Assim, o que propomos, são algumas reflexões
acerca das possibilidades
educacionais oferecidas por essas
diferentes mídias em cursos na modalidade a distância.
Objetivos.
• Identificar e caracterizar as diferentes mídias para cursos de Educação a Distância (EaD);
• Refletir sobre as funções das mídias em projetos
de EaD;
• Discutir sobre a importância da comunicação e interação que as
diferentes mídias oportunizam.
2.1- As Tecnologias
de Informação e Comunicação
É interessante observar que, quando pensamos em
tecnologia, normalmente nossa mente nos remete a computadores, Internet,
telefones móveis, DVD, entre outros.
Porém, desde
os primórdios, o ser humano tem
utilizado instrumentos e ferramentas para suprir suas necessidades e conviver
com o mundo que o cerca. A transformação da natureza e o aprimoramento
técnico dos objetos inseridos no seu cotidiano modificaram a convivência com o mundo. Desde a construção de um simples objeto
técnico até o desenvolvimento de grandes máquinas de produção, o homem sempre demonstrou a sua necessidade em utilizar a tecnologia
para melhorar sua relação com a sociedade.
A revolução científica e tecnológica,
principalmente a partir
do século XX, trouxe transformações profundas à humanidade. A crescente industrialização modificou os
diferentes setores sociais, entre eles os meios de comunicação. A
modernização desses setores foi um passo importante para a difusão do uso
da tecnologia na educação (MACHADO, 2009).
Quando falamos sobre tecnologia na educação, não
estamos nos referindo apenas à
utilização do computador, mas também a todos os artefatos e objetos que já na
antiguidade eram utilizados como
“elementos mediadores” (SFORNI, 2010) do processo de ensino e de aprendizagem, tais como livros e
lousa.
No campo
educacional, as tecnologias são vistas como recursos didático-pedagógicos capazes de auxiliar o professor em sua prática cotidiana. O avanço e a disseminação do uso das Tecnologias
de Informação e Comunicação (TICs) na educação,
representado por recursos como televisão, o computador ligado à Internet, material impresso, entre outros,
tem possibilitado a professores e alunos novas experiências educacionais em diferentes tempos e espaços.
Essas novas experiências tornaram-se possíveis porque, junto com os avanços
dos recursos tecnológicos, ocorreu
também uma maior acessibilidade à Internet. Dessa forma, foram surgindo novos
espaços na web, capazes de
propiciar diferentes maneiras de
interação e comunicação, possibilitando, assim, um avanço significativo na
oferta de cursos na modalidade a distância.
2.2 Mídias na EaD
A denominação
EaD deve-se ao fato de essa modalidade superar a distância física entre o aluno e o professor. Ela acontece por meio de
diferentes mídias: impressa, rádio, televisão, telefone, fax, computador, Internet, etc.
Várias mídias foram utilizadas desde que a modalidade EaD se instalou no Brasil, seja por meio do material impresso, do rádio ou da TV. As mídias, em nosso texto, significam o suporte no qual se podem veicular
e registrar as informações, conteúdos, atividades, etc.
Entre essas
mídias, podemos mencionar a mídia impressa,
muito utilizada nos cursos por correspondência. Para
esses cursos, o conteúdo
era disponibilizado em jornais ou revistas, como
encartes, ou eram ofertados por
centros de formação que ofereciam os
cursos em forma de apostilas. Normalmente, eram
cursos técnicos, definidos por temas, que tinham pouca ou nenhuma interação e foram bastante utilizados na década de
1960. As pessoas realizavam as atividades de avaliação propostas e as enviavam, via correio, à instituição,
para avaliação. Essa instituição encaminhava o fascículo seguinte aos que apresentassem rendimento satisfatório, ou solicitavam ao aluno que não havia atingido a média mínima que estudasse novamente o
fascículo e refizesse as atividades. A
Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos (Correios) teve importante contribuição nesse processo, pois
atendia todo o território nacional.
A partir de 1970, outras mídias, que já integravam a Educação a Distância, começaram a
ser mais exploradas – como o rádio, a televisão, o videocassete e o telefone.
Porém, o auge da EaD se deu ao final da década de 1980 e início da década
seguinte, com o uso de mídias
digitais – o computador e a Internet.
Mídia Impressa
A mídia impressa
é um recurso ainda muito utilizado em cursos na modalidade a distância, tanto como material didático específico, quanto
como apoio às outras mídias – TV, Internet, etc. Nessa mídia é possível disponibilizar informações referentes ao curso, sua organização, conteúdos e objetivos, além de ser o principal meio para se
chegar aos alunos situados em
regiões isoladas, sem acesso a recursos sofisticados.
A mídia impressa destinada a cursos a distância
deve apresentar características diferenciadas
daquelas normalmente utilizadas em cursos presenciais;
por isso, sua linguagem necessita
estabelecer uma comunicação
dialógica, considerando que não haverá
um interlocutor entre o conteúdo
e o cursista. Logo, como cita
Salgado (2002), o material impresso
precisa “conversar” com o aluno.
O texto
deve estar claro e objetivo e expressar com precisão a
mensagem a ser apreendida, de modo que o aluno, a partir da leitura,
possa interpretá-lo, refletir sobre
o conteúdo e, por fim, elaborar suas
próprias representações. Deve fugir
aos padrões dos textos lineares, e propor
uma leitura mais híbrida, ou seja,
mesclando o conteúdo com múltiplas possibilidades de representação, por meio de conexões com outros temas,
contextos, discursos, etc. Em relação à apresentação e disposição textual, deve-se atentar para a diagramação, que necessita
constituir-se de forma mais dinâmica
e hipertextual.
A opção pela utilização da mídia impressa, em
cursos a distância, compreenderá um planejamento, a elaboração e a sua criação, considerando a sua finalidade e o público ao qual se destina. Após sua conclusão, o material deverá
ser submetido a uma testagem e
posterior análise, a fim de se
verificarem as necessárias complementações, antes de ser finalmente disponibilizado para a utilização.
Mídia Rádio
O rádio
certamente já se estabeleceu na sociedade
como um grande difusor de informação. Talvez, o que muitos ainda não sabem é que o rádio foi uma das primeiras mídias a serem utilizadas em
experiências com educação a distância em todo o mundo.
De acordo com Moore
(2007), quando o rádio surgiu, no início do século XX, houve um grande
entusiasmo por parte dos professores sobre seu uso no campo educacional. O autor relata que uma das primeiras experiências em termos de programação educativa via rádio data de 1921, quando foi concedida a primeira autorização
para a Universidade de Salt Lake
City realizar os primeiros cursos a
distância.
No Brasil, a
utilização de mídias, como a rádio na EaD, é marcado principalmente pela inauguração da
Rádio-Escola de Roquete Pinto, em 1934. As ações pioneiras de Roquete Pinto viriam a se estabelecer de forma
mais efetiva nas décadas de 60 e 70, quando iniciou-se uma organização
das políticas brasileiras no sentido de consolidar um sistema de ensino
baseado em EaD.
O Projeto Minerva, por exemplo, foi uma das grandes experiências brasileiras
de transmissão de programas educativos via rádio, ocorrida na década de
70. Destinado especificamente para a qualificação de
alunos de 1º e 2º graus, o projeto
foi criado a partir de uma parceria entre o
Ministério da Educação e o
Ministério das Comunicações. A programação era veiculada diariamente em programas de rádio de todo o país, as
emissões do programa atingiram cerca de 300.000 pessoas. (ALONSO, 1996).
Apesar das experiências significativas do uso do
rádio para transmissão de programas educativos no Brasil, a sua
utilização deixou de ser tão efetiva
com o advento da Internet. Isso porque a web tornou possível a
integração e convergência das
diferentes mídias, facilitando, assim, a disseminação de informações a partir
de um único canal.
Rádio web.
Acompanhando a
tendência de integração das
diferentes mídias para a web, a
rádio também passa a migrar seus
programas para a rede. Algumas programações são criadas exclusivamente para vinculação na Internet, enquanto outras,
que já eram transmitidas no dial, passam a ser disponibilizadas também em
programas da rede.
As rádios na
Internet ainda estão voltadas para programações puramente musicais, variando com programas de entrevistas e noticiários. A
vantagem da rádio online pode estar
no maior alcance de escolha da programação pelo ouvinte. Nesses casos a interatividade parece ser mais evidente.
Não podemos deixar
de ressaltar também a
existência de algumas páginas
que disponibilizam serviços que
permitem a qualquer usuário criar sua própria programação e vinculá-la a um blog ou sítio,
por exemplo. Contudo, esses serviços ainda são limitados à criação de programação musical. Para produções de áudio, em
que o usuário pode criar livremente programas
sobre temas diferenciados e vinculá-los à Internet, temos os podcasts.
O termo
podcast, de acordo com Barros e
Menta (2006), foi utilizado pela
primeira vez em 2004, pelo jornalista Ben Hammersley. O termo,
naquele momento, era utilizado para referenciar programas gravados em áudio e disponibilizados
na Internet. Logo, o podcast não se trata de uma rádio em si, mas de uma programação que pode ser agregada a uma rádio. Outra informação interessante sobre
os podcastings é que estes podem ser assinados pelos ouvintes, que podem fazer download das programações que mais lhe interessam.
O potencial
pedagógico desses recursos tem sido utilizado por diferentes
profissionais da educação, que
passam a fazer uso dessas mídias também como recursos didáticos
nos processos de ensino e de aprendizagem. Nesse sentido, percebe-se que as
mídias de áudio na web tornaram-se também grandes aliadas da educação, seja ela presencial ou a distância.
Mídia televisão.
A televisão é praticamente o meio de comunicação
de massa com maior inserção social
na atualidade, e talvez possa ser considerada,
ainda, como aquele que predomina no campo das fontes de informações, principalmente para as classes menos favorecidas.
No contexto
educacional, a televisão, o cinema
e o vídeo são tecnologias que se apresentam como recursos que podem servir tanto de apoio para
desenvolvimento de atividades, quanto
meios de veiculação de
informações, de programas específicos, e de conteúdos curriculares
com vistas ao desenvolvimento
de aprendizagens.
A utilização da televisão nas escolas tem se prestado muito mais como um recurso para repasse de vídeos e programas, visando ilustrar os conteúdos curriculares, do que um instrumento de
criação e autoria.
Já na Educação
a Distância, em que as tecnologias inicialmente
foram mais utilizadas como meios
para instrução, realização de
atividades, e treinamento, a televisão em específico, teve seu ápice na massificação de cursos em que
utilizavam as videoaulas, para
transmissão de aulas gravadas. Como exemplo, podemos citar os Telecursos
de 2º Grau em 1978, o de 1º Grau
em 1981, com reformulações em 1981 e 1995.
Atualmente, a inserção de vídeos e sua integração com outras mídias digitais como a Internet, permitem a disponibilização de muitos materiais audiovisuais em tempo real, na
transmissão de aulas e eventos,
download de sons e imagens, web-aulas, entre outros que
têm se apresentando como recursos que implementam, diversificam e enriquecem potencialmente as atividades em cursos nessa modalidade
de educação.
Porém, a utilização didático-pedagógica das mídias TV e vídeo, assim como das
demais mídias utilizadas como recursos
nas atividades pedagógicas,
precisa estar prevista a partir
dos objetivos que se
pretendem alcançar na realização de atividades educativas, adaptando-as às características da
aprendizagem.
Utilizar-se da
TV e vídeo nos processos de ensino e
da aprendizagem é a possibilidade de
unir a eficiência da comunicação e da imagem em prol de uma difusão de cultura, de informações e de conhecimentos, pois além do enriquecimento e da simples informação, é possível difundir fontes e estabelecer relações interdisciplinares,
criando espaços para trabalhos em grupo e discussões.
Computador e Internet
Desenvolvidos principalmente
nas décadas de 60 e 70,
os primeiros sistemas de
computação constituíam-se em grandes equipamentos, que, em alguns casos,
ocupavam salas inteiras. As primeiras comunicações via conexão de rede eram possibilitadas
por linhas de telefone. (MOORE, 2007).
A partir da década
de 90, o uso de computadores pessoais se tornou mais comum em todo o mundo e as inovações tecnológicas possibilitaram o aprimoramento das grandes máquinas, tornando- as mais potentes e com tamanho
cada vez mais reduzido. Também as conexões de acesso à Internet
tornaram-se mais rápidas e mais
populares (ainda que este serviço não esteja acessível a toda população).
Todos esses avanços tecnológicos levaram o
computador, aliado à Internet, a se tornar
uma das principais mídias a serem
utilizadas no campo educacional. Inicialmente,
passou a ser utilizado de forma mais específica na área da informática na
educação, tornando-se, paulatinamente,
um recurso didático indispensável
na prática pedagógica de qualquer educador.
O computador
e a Internet também foram mídias fundamentais
no avanço e desenvolvimento de cursos ofertados na educação a distância. A convergência das diversas mídias veiculadas à Internet possibilitaram a criação de novos espaços de
interação e comunicação, aproximando
ainda mais as pessoas.
Almeida (2003)
diz que a EaD, por meio dos ambientes digitais, favorece o desenvolvimento de
conhecimentos relacionados à produção
escrita para expressar o próprio
pensamento, a leitura e a interpretação de textos, hipertextos e ideias
registradas por outros participantes.
Participar de um
curso a distância em ambientes virtuais
e colaborativos de
aprendizagem significa mergulhar em um mundo virtual
cuja comunicação se dá essencialmente pela leitura e interpretação de
materiais didáticos textuais e
hipertextuais, pela leitura da escrita do pensamento do outro, pela expressão
do próprio pensamento através da
escrita. Significa conviver com a diversidade e a singularidade, trocar ideias
e experiências, realizar simulações, testar
hipóteses, resolver problemas e criar novas situações, engajando-se na construção
coletiva de uma ecologia da
informação, na qual valores, motivações, hábitos
e práticas são compartilhados. (ALMEIDA,
2003)
De fato, o computador e a Internet trouxeram novas
perspectivas de organização e planejamento
para cursos desenvolvidos na modalidade
a distância. Surgiram novas
possibilidades sobre como organizar e
potencializar os processos de ensino e de aprendizagem, que se expressam principalmente nos ambientes virtuais
de aprendizagem, por meio das
ferramentas e recursos como chat,
fóruns, web- conferências, escrita colaborativa, entre outros.
Tais recursos acrescentaram à educação
a distância maiores possibilidades de interação,
diminuindo consideravelmente a sensação
de solidão e distância, oportunizando a realização
de atividades cooperativas e colaborativas, aproximando professor-tutor-cursistas-demais
cursistas, criando assim uma rede de
estudos. Os ambientes virtuais de aprendizagem também
vieram contribuir para que o
professor-tutor realmente desenvolva seu papel de mediador didático-pedagógico, colaborando para a efetivação da aprendizagem.
Vídeoconferência e Teleconferência
Inicialmente, cabe salientar que, apesar de a videoconferência e a teleconferência não serem considerados mídias, esses recursos estão aqui dispostos
por utilizarem diferentes mídias na sua
aplicação e, ainda, pela sua importância
no desenvolvimento de cursos na modalidade a distância.
Para refletir
Digamos que uma pessoa esteja em Curitiba proferindo uma palestra.
Simultaneamente, pessoas em outras
cidades assistem à palestra pela TV, interagindo com o palestrante e questionando via telefone (0800), e-mail ou fax. A
descrição acima se refere a uma videoconferência ou a uma
teleconferência?
A videoconferência é uma tecnologia que
permite que grupos situados
em lugares geograficamente diferentes,
possam comunicar-se por meio de áudio e vídeo, em tempo real, como num encontro presencial entre pessoas.
Segundo Cruz e Barcia (2000), a transmissão pode ocorrer por satélite ou pelo envio de sinais comprimidos de áudio e vídeo, por meio de linhas
telefônicas.
Já a teleconferência se expressa por
palestras, exposições, apresentações, via satélite, em que o palestrante faz
sua exposição, a partir de um estúdio de
televisão. Seus expectadores, alunos/cursistas,
recebem a imagem por meio de aparelhos de televisão conectados a antenas parabólicas e sintonizadas num
determinado canal. Por ser transmitida ao vivo, os expectadores podem
interagir, por meio de fax,
telefone ou Internet.
Cruz e Barcia (2000)
afirmam que “a teleconferência por satélite é essencialmente uma via de vídeo e
uma via de áudio simultâneas, com a utilização de uma via de áudio ou fax como
retorno para perguntas ou opiniões”.
A grande vantagem da teleconferência é sua possibilidade de
atingir grande número de cursistas/ alunos, dispersos geograficamente, enquanto a desvantagem é justamente o baixo e quase nulo nível de interação.
Já a videoconferência apresenta a vantagem
de proporcionar maior interação, pois os seus componentes
podem se ver e ouvir simultaneamente, e o palestrante pode apresentar outros recursos de apoio à sua exposição, como slides,
gráficos, transparências, entre
outros, e o processo
se dá praticamente em tempo real. Sua
desvantagem, porém, é o alto custo dos seus equipamentos, sua
implementação, instalação e manutenção.
Com efeito, é possível perceber que a diferença
entre a videoconferência e a teleconferência se dá no âmbito da
interação, uma vez que a vídeo permite a socialização entre todas as pessoas ao
mesmo tempo: todos ouvem e falam sem necessidade de troca de mensagens.
Esses recursos trazem grandes
vantagens para a EaD, uma vez que aproxima professores e alunos sem a necessidade do
deslocamento, além de alcançar grupos de
pessoas dispersos e/ou afastados dos
estabelecimentos educacionais.
Atividade B – Portfólio
Quero saber
mais sobre mídias.
Propomos uma
reflexão importante: será que
todas essas mídias garantem realmente a interatividade em cursos
a distância?
Com base
nos vídeos assistidos e no texto
estudado, escolha uma das mídias apresentadas e escreva sobre sua aplicação na educação,
discorrendo sobre casos, artigos
e referências de seu uso. Apresente
um breve tutorial de uso e/ou acesso.
Você pode utilizar experiências pessoais ou basear sua
atividade em pesquisa. (mínimo: 15
linhas)
3 Conhecendo a Tutoria
“O verdadeiro professor defende os seus alunos contra a sua própria influência”. (Amos Alcott)
Certamente, você deve estar ansioso(a) para
iniciar os estudos desta temática,
pois ela irá tratar diretamente do seu trabalho como professor-tutor/professora-tutora.
Você tem alguma ideia ou experiência do que seja
ser um professor-tutor/professora-tutora?
Pois bem, vamos juntos discutir esse tema que, além
de importante, é muito polêmico. Muito se tem falado e escrito sobre a “figura”
do tutor. Alguns depositam nela o sucesso de cursos a distância, outros
questionam sua atuação efetiva e os resultados de sua ação junto aos alunos.
A Educação
a Distância (EaD), por meio dos inúmeros recursos didáticos e tecnológicos, possibilita o acesso à
educação para milhares de pessoas antes excluídas
do processo educacional, bem como
permite a formação continuada de profissionais em serviço.
Na modalidade
a distância, o processo
de ensino e de aprendizagem não está
centrado no professor ou no aluno. Diferentes sujeitos participam e estão envolvidos, fazendo uso de diversos
recursos e meios. Assim,
na EaD, além do docente responsável pela
elaboração do material e/ou do acompanhamento do curso, aparece o professor-tutor como
figura importante para o sucesso dessa modalidade de educação (SOUZA,
2004; MASSUDA, 2003; MILL, 2007).
Quem é esse “sujeito”? Quais suas funções e
competências?
O que esperar do professor-tutor no Programa de
Formação Continuada?
A partir de tais indagações, propomos uma conversa
acerca da definição, da função
e das atividades de tutoria,
uma vez que você fará a diferença nessa
modalidade.
3.1 Conceitos
de Tutoria
Falar em tutoria na EaD pressupõe retomar as várias concepções, historicamente construídas
nesse campo educacional e do conhecimento, uma vez que remete a diferentes
contextos sócio-econômico- culturais e suas respectivas épocas.
É na história que
encontramos as primeiras aproximações
do termo tutor e professor. Segundo
consta, Aristóteles, aos dez anos de
idade, perdeu os pais e, a partir dessa data,
foi educado por um tutor. A palavra
“tutor” tem sua origem no latim tutore e significa indivíduo encarregado legalmente de tutelar alguém,
protetor, defensor. Buscando a significação para a palavra “professor”, encontramos no latim professore “aquele que ensina, mestre,
lente”. Por isso, existe a aproximação dos termos tutor/ professor.
Na Educação, as
primeiras referências ao termo
“tutor” surgem nas universidades do
século XV. Tais referências estão
ligadas à figura do orientador religioso dos estudantes, que tinha por objetivo impor a fé e a conduta
moral. Porém, somente no século XX é
que o tutor assume o papel de orientador de trabalhos acadêmicos,
significado incorporado aos atuais programas de Educação a Distância (SÁ,
1998).
Do ponto de vista tradicional da EaD, é
comum alimentar a ideia de que o professor-tutor dirigia, orientava e
apoiava a aprendizagem dos alunos, mas não
se envolvia com os conteúdos. Nessa
mesma perspectiva, assumiu-se a postura de que os materiais utilizados na EaD
seriam autoinstrutores, ou seja, ensinavam sozinhos, cabendo ao professor-tutor apenas
acompanhar o processo (LITWIN, 2001).
Nesse modelo, “ensinar” era o mesmo
que “transmitir” informações, e
caberia ao professor- tutor garantir
o cumprimento dos objetivos,
servindo de apoio ao programa
(LITWIN, 2001).
Com o desenvolvimento da EaD, configuraram-se novos papéis aos atores que
envolvem os processos de ensino e de aprendizagem na modalidade. Esse contexto
vem ressignificar o papel do professor-tutor.
Na verdade, o que caracteriza esse trabalhador é a sua função de mediador didático-pedagógico nos
processos de aprendizagem.
Um bom
professor será um bom tutor, na medida em que crie propostas de atividades para a reflexão, apoie sua resolução, sugira fontes de informação
alternativas, ofereça
explicações, facilite os processos de compreensão; ou seja, guie, oriente, apoie; é nisso que consiste o seu
ensino (LITWIN, 2001).
Um bom
professor-tutor orienta a realização das atividades, não apenas mostrando
a resposta correta, mas oferecendo
novas possibilidades de informação, interpretação, reflexão, compreensão e (re) construção do conhecimento. “Guiar, orientar, apoiar” são atos e responsabilidades tanto do professor como
do professor-tutor na modalidade a distância.
3.2 Tutoria Presencial e a Distância
A tutoria presencial
Como trabalha um tutor presencial? No presencial, a figura existente não é a do
professor?
A tutoria presencial, segundo Mill (2007), “é composta pelo grupo de educadores que acompanha os alunos, presencialmente, com
encontros frequentes ou esporádicos”. O professor-tutor presencial está junto aos alunos, face a face, promovendo
interação com os conteúdos, com o
professor e com outros alunos,
utilizando-se também, em alguns
momentos, de tecnologias. Esse
contato ocorre em virtude da utilização de qualquer mídia: TV, vídeo, web, impressa ou ainda, combinando algumas delas. Nesses encontros, o professor- tutor é
quem encaminha o processo de contato do aluno com o conteúdo,
orientando, acompanhando e
provocando sua aprendizagem.
A tutoria presencial
permite atendimento individualizado e em grupo, facilita a organização de grupos de trabalho cooperativo e colaborativo e é essencial em aulas práticas.
Na educação a distância, em que se prevê a figura do tutor presencial, é
necessário espaço próprio e estruturado para
os encontros: sala de aula/sala de estudos com computador conectado à Internet, TV,
vídeo, o material impresso do curso e os
manuais (do aluno, do tutor,
do professor).
A tutoria a
distância
Mill (2007) afirma
ser a “tutoria virtual ou
tutoria a distância, dedicada ao acompanhamento dos educandos
virtualmente (a distância), por meio de tecnologias
de informação e comunicação”.
Uma vantagem da
tutoria a distância é que
aluno e professor-tutor não precisam estar no mesmo local para que
haja comunicação entre eles. Em
casos de contato por e-mail/lista de discussão e/ou fórum, não precisam,
sequer, estar conectados ao mesmo tempo.
As ferramentas síncronas de comunicação, como o telefone e os
sinalizadores de presença (Msn- Messenger, Yahoo-Messenger, Google Talk,
entre outros), permitem atendimento individualizado; já outras, como chat, permitem
atendimento coletivo e/ou
individualizado.
A importância da função do professor-tutor na
EaD deve-se, entre outros fatores, ao fato
de ele ser o contato imediato do aluno, isto é, aquele que acaba
representando a instituição que oferta o curso, fornecendo- lhe todas
as respostas de que necessita para a sua realização. Para Moran (2007),
“é fundamental o papel do professor-orientador na criação de laços
afetivos. Os cursos que obtêm sucesso, que têm menos evasão, dão muita ênfase ao atendimento do aluno e à criação de
vínculos”. Para tanto, o professor-tutor precisa
estar atento ao desenvolvimento desse vínculo, além das suas demais atribuições.
Mas afinal, quais são
essas atribuições?
Ao longo do texto,
fomos apontando algumas reflexões
acerca dessas atribuições. Vamos discutir agora, com mais calma, as que são praticadas, de maneira geral, pelos professores-tutores
e as que se encontram contempladas no Programa de Formação Continuada para a Educação a Distância, como funções
específicas.
3.3 Diferentes Atribuições da Tutoria
Até aqui, pudemos
observar diferentes atribuições e funções destinados ao professor-tutor.
Mas, afinal, qual é o perfil que se espera desse
profissional?
Mill (2007) discorre que, com o desenvolvimento da EaD, novas figuras surgiram para esses profissionais no
trabalho docente.
A relação ensino-aprendizagem nesse contexto conta, por exemplo, com o docente-tutor. Entre as denominações atribuídas a este docente percebemos tutor virtual, tutor
eletrônico, mentor, tutor presencial, tutor de sala de aula, tutor local,
orientador acadêmico, animador e diversas outras. O que caracteriza este trabalhador é sua função de acompanhar os
alunos no processo de aprendizagem, que se
dá, na verdade, pela intensa mediação tecnológica. Justamente por ser
um novo parceiro na construção do conhecimento e pela falta de práticas e
modelos educacionais aos quais
pudemos ter acesso, o trabalho do tutor requer
atenção e cuidado de toda a equipe envolvida em EaD. (MILL, 2007)
Para o
autor, o docente-tutor é visto como elemento
chave para o desenvolvimento
do aluno ao longo do curso. O artigo propõe, ainda, discutir a importância do trabalho do tutor-docente, do tutor
a distância e do virtual, e compreender as características e as
especificidades do seu trabalho.
O professor-tutor, portanto, tem papel fundamental no
sucesso dos Programas de Educação a Distância, porém, é preciso estabelecer ainda, no planejamento do
curso, quais são essas atribuições e
relacioná-las diretamente com o
material, com o ambiente, com o
curso, com a avaliação e com o
cursista.
3.4 O Tutor
e as diferentes Mídias
Já verificamos as
atribuições do professor-tutor e também que a EaD lança
mão de diversas ferramentas para sua efetivação. Moran (2007) discorre que:
[...] nos cursos a distância haverá modelos pela TV
digital ou plataformas multimídia web,
com alguns momentos de aulas ao vivo ou gravadas, atividades de leitura,
pesquisa, com momentos de orientação dos
professores e avaliação de compreensão de conteúdo (MORAN, 2007).
Saiba mais
Definições disponíveis na web:
“Netiqueta é a etiqueta que se recomenda observar na Internet. A palavra pode ser considerada como uma gíria, decorrente da fusão de duas
palavras: o termo inglês net (que significa “rede”) e o termo “etiqueta” (conjunto de normas
de conduta sociais). Trata-se de um conjunto de recomendações para
evitar mal-entendidos em
comunicações via Internet, especialmente em e-mails, chats, listas de discussão, etc.” (Wikipédia)
“Um conjunto de regras de etiqueta para o uso
socialmente responsável da Internet,
ou seja, o modo como os usuários devem proceder na rede, especialmente na
utilização de correio eletrônico”
(Glossário tecnológico).
Também cabe ao professor-tutor a criação e manutenção de “uma rede de
comunicação aberta entre os participantes,
promovendo a socialização das
idéias e permitindo a construção coletiva de
saberes em comum” (MILL, 2007). Para
isso, ele precisa estar atento às
colaborações dos alunos, levando-os
a novas interpretações, reflexões e participações.
O uso de
mídia televisiva na EaD traz, além
do adequado planejamento da atividade, outras exigências ao professor-tutor, como saber manusear o equipamento, sintonizando o canal via satélite (caso seja transmissão ao vivo), ou cuidando da verificação e adequação do volume, de
modo a todos os alunos ouvirem, com qualidade, o que está sendo transmitido.
Para Moran (2007), não faz sentido o uso da mídia televisiva sem discussão. Nos casos de uso de vídeos, o
professor-tutor precisa preparar o encontro, identificar os pontos em que
utilizará a tecla “pause”, por exemplo, quando forem encontros presenciais. Anotar os pontos (cenas, falas) que deseja focar na discussão, não fazer juízos de valor antes da exibição, permitindo, no
dizer de Moran, “que cada um possa
fazer a sua leitura”, independente da discussão
ser presencial ou a distância. O
professor- tutor deve perceber ou buscar saber dos alunos a necessidade
de repetir ou não o vídeo. Elaborar um
roteiro de trabalho é um bom caminho para não perder a reflexão em cenas que
não levam ao ponto principal da discussão.
No caso de transmissões ao vivo, em uma sala
presencial, cabe ao professor-tutor fazer a mediação didático-pedagógica, selecionando criteriosamente os
questionamentos que serão enviados ao professor pelo meio de comunicação previamente combinada: telefone, e-mail, fax. Nas teleconferências, cabe ao
professor-tutor um papel de orientação, de uso e manuseio do equipamento, por
exemplo, verificação do volume da voz
do aluno ao dirigir-se ao professor ou o melhor lugar para a realização dessa interação, levando em
conta critérios de distância e iluminação.
Já a
Internet permite diversas formas de
comunicação e interação entre professor-tutor e alunos. Tanto nos fóruns de
discussão, como nos e-mails, programas
sinalizadores de presença, chat, blogs, etc., há a necessidade de o
professor-tutor estar, continuamente,
instigando a participação dos alunos,
chamando-os a opinar, a colaborar e interagir com os demais colegas.
A relação próxima
entre o professor-tutor e o professor conteudista é necessária para que o primeiro tenha familiaridade com o material
disponibilizado para o aluno. Essa familiaridade é essencial para que
o professor-tutor possa desenvolver bem seu papel.
Nesta temática, buscamos discutir a função do
professor-tutor, suas ações, o que lhe cabe como tarefa nos processos de
ensino e de aprendizagem. Para isso, conhecemos alguns conceitos de tutoria, as atribuições do professor-tutor nos momentos presenciais e a distância, a necessidade de interação com o professor conteudista e com os alunos, bem como sua afinidade
com o material didático e os recursos tecnológicos disponíveis.
Atividade C- Atribuições do Tutor em EAD – Fórum
Levando-se em conta
que o professor-tutor é o mediador
didático pedagógico do conhecimento, discuta com seus colegas qual seria a sua principal atribuição durante o
desenvolvimento das atividades de um
curso a distância. Não se esqueça de
tecer comentários sobre as
atribuições apontadas por seus colegas.
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2 comentários:
Esse texto é muito interessante, pois abre um leque de informações positivas acerca da educação a distância.
Bom dia, tutora.
Estive visitando os blogs da turma e percebi que, no máximo entre 5 e 7 cursistas se aproximaram, de fato, do formato da atividade sobre registro digital da experiência, atentando para a produção de um hipertexto.
Diante do exposto, pergunto se os registros digitais da experiência do desenvolvimento do plano de trabalho proposto na Unidade II, não postados até o dia 14 de agosto de 2015, serão considerados para fins de avaliação?
Respeitosamente e no aguardo: Alessandra Cunha
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